quarta-feira, 20 de julho de 2011

Qualidade da água do Meia Ponte é crítica


As bacias de dois importantes rios goianos, o Meia Ponte e o São Bartolomeu, têm situação muito crítica com relação à disponibilidade e à qualidade de água. Os rios e seus afluentes são responsáveis pelo abastecimento de mais da metade da população goiana e, justamente por isso, sofrem o impacto do crescimento das cidades e da poluição.

Além disso, por conta da demanda alta, principalmente nas regiões mais habitadas, muitos municípios já dependem da indicação de novos mananciais para abastecimento futuro, assim como da ampliação da rede atual. As informações fazem parte do relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, divulgado ontem em Brasília pela Agência Nacional de Águas (ANA).

A bacia do Meia Ponte é responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de Goiânia e corta região onde moram mais de 40% dos goianos. Já a do São Bartolomeu é responsável pelo abastecimento do chamado Entorno Sul do Distrito Federal, onde vivem mais de 15% dos goianos. De acordo com a ANA, a situação dos dois é muito crítica, a exemplo de outras regiões metropolitanas (2,2% das bacias).

As duas bacias de rios goianos constam no relatório como em categoria de 'criticidade quali-quantitativa'. Isso quer dizer que eles têm problemas tanto com relação a qualidade quando a quantidade de água. Ele apresentam alta demanda pelo uso e grande carga de lançamento de esgotos em suas águas.

Os dados do levantamento têm como base estudos feitos em 2010. Em levantamento anterior, divulgado no início de 2009, o Meia Ponte apareceu como um dos sete rios mais poluídos do Brasil, na mesma lista do Rio Tietê, em São Paulo. Dessa vez o relatório não trouxe um ranking parecido.

O engenheiro José Ubaldo Teles, assessor da presidência da empresa de Saneamentos de Goiás (Saneago), explica que a qualidade da água é uma das grandes preocupações da companhia. "Além do tratamento do esgoto já existente, é preciso pensar em um trabalho preventivo para que a situação não piore. A Saneago tem uma política de tentar conter a ocupação urbana de pontos acima das captações de água", exemplifica.

Um dos trunfos da empresa, a curto prazo, é o investimento na criação de interceptores para evitar que esgoto clandestino e sem tratamento sejam jogados diretamente nas águas do rio.

Abastecimento

Outro aspecto do diagnóstico é com relação à situação atual do abastecimento público em Goiás. Regiões importantes como a da própria capital e o Entorno de Brasília, aparecem numa lista de necessidade de indicação de novos mananciais e de ampliação do sistema atual. Na mesma linha estão municípios como Anápolis, Rio Verde, Jataí, Mineiros e Catalão, além de outros menores.

O pior é que o relatório aponta para um futuro próximo (2015), para ampliação do sistema e estudos para indicação de novos mananciais. No País, são necessários mais de R$ 22 bilhões em investimentos em 55% dos mais de 5.500 municípios.

"Temos vários estudos em andamento no Estado para a identificação de novos mananciais. Além disso, já há a previsão de investimentos na ampliação da rede de água e esgoto em todo o Estado", explica o assessor da presidência da Saneago, José Ubaldo. No caso específico da região metropolitana da capital, ele explicou que existem estudos em córregos da região Norte da capital e do Ribeirão Caldas, em um município vizinho.

O estudo é exigência do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos para acompanhamento anual da condição dos recursos hídricos e de sua gestão. Verifica, além da disponibilidade, os tipos de uso da água nas bacias do País. Numa visão macro, identificou melhoria da qualidade da água dos rios brasileiros nos últimos anos. (O Popular 20/7/11)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Presidente do Ibama causa polêmica em entrevista a TV australiana


Folha Online (18/7/2011)

O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, causou polêmica ao dizer a uma equipe de TV australiana que seu trabalho não é cuidar do ambiente, e sim minimizar impactos ambientais. Depois, sem saber que estava sendo filmado, sugeriu que o Brasil faria com os índios a mesma coisa que a Austrália fez com os aborígenes, população nativa do país da Oceania.

As declarações foram dadas à repórter Allison Langdon, do programa "60 Minutes", que fazia uma reportagem sobre a licença de instalação da usina de Belo Monte, assinada por Trennepohl.

Na entrevista, Langdon confrontou o presidente do Ibama. Disse que seu antecessor, Abelardo Bayma, renunciara devido à pressão pelo licenciamento da usina que, segundo organizações ambientalistas, afetará os índios do Xingu, no Pará.

'TRANQUILO'

A repórter da Nine Network perguntou a Trennepohl se ele estava tranquilo com a decisão de licenciar a obra.

"Sim, a decisão foi minha", respondeu Trennepohl.

"Mas seu trabalho não é cuidar do ambiente?"

"Não, meu trabalho é minimizar os impactos."

Após a entrevista, sem saber que ainda estava com o microfone ligado, Trennepohl tentou argumentar com a jornalista australiana:

"Vocês têm os aborígenes lá e não os respeitam."

"Então vocês vão fazer com os índios a mesma coisa que nós fizemos com os aborígines?", questionou Landgon.

"Sim, sim", respondeu Trennepohl.

Hoje há cerca de 500 mil aborígines na Austrália, compondo menos de 3% da população do país.

Ao longo do século 19, os colonos britânicos que ocuparam a ilha chegaram a conduzir campanhas de extermínio, com recompensas pela morte de aborígines. O caso mais grave foi o da Tasmânia, Estado onde toda a população aborígine não mestiça tinha sumido em 1876.

AGREDIDO

Procurado pela Folha, o presidente do Ibama disse que foi agredido verbalmente pela repórter e que não afirmou "de forma nenhuma" que seu trabalho não era cuidar do ambiente brasileiro.

"Essa moça chegou numa atitude extremamente agressiva, disse que eu estava acabando com os índios."
Segundo Trennepohl, "a função do órgão licenciador é minimizar impactos quando um empreendimento é licenciado. Quando não dá para minimizar, nós indeferimos", afirmou.

Ele disse que não comentaria as declarações sobre os aborígines da Austrália.

Famílias vivem do luxo do lixo


Jornal O Popular (18/7/2011)

A catadora de material reciclável Dulce Helena do Vale, de 46 anos, não pensava em ter microondas em casa. Artigo de luxo para quem tira do lixo o sustento da família, o aparelho chegou até ela levado por um caminhão da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), que recolhe produtos recicláveis em toda a cidade e encontra, por toda parte, móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, eletroportáteis e vários outros aparelhos conservados e em condições de uso.


Na sede da Cooperativa de Material Reciclável Reciclamos e Amamos o Meio Ambiente (Cooperama), instalada no Jardim Curitiba 3, quase tudo na cozinha e escritório foi retirado do lixo. São mesas, cadeiras, fogão, bebedouro e computadores que encontraram novo uso no local. E a cena se repete na maioria das casas dos 38 cooperados.

Ontem, Raimunda Nonato Conceição Ramos, de 63, não escondia a satisfação de poder oferecer aos dois filhos um substituto para o sofá, que falta na casa de ambos.

Ela recolheu seis poltronas de cinema, de uma pilha existente no local, para adaptar como sofá. "Vou arrumar e dar para eles, que não têm condições de comprar", conta. Da cooperativa, Raimunda também costuma levar sapatos e retalhos para fazer tapetes e aumentar a renda mensal da família.

Roupas e calçados encontrados entre os recicláveis ou doados pelas pessoas também abastecem o guarda-roupas da maioria dos cooperados.

poder aquisitivo

A presidente da cooperativa, Dulce Helena, diz que dificilmente compra roupas e sapatos. Até bijuteria encontra no lixo.

E foi do lixo que Claudeci Rodrigues, de 26 anos, tirou o colchão que hoje lhe faz "dormir nas nuvens". Antes, sentia a superfície dura da madeira da cama, coberta apenas por uma espuma fina. "Eu não tinha condição de comprar", acentua.

O aumento do poder aquisitivo das classes C e D e a consequente ampliação ao acesso de bens de consumo como eletrodomésticos, móveis, eletroeletrônicos e equipamentos de informática têm refletido diretamente no lixo encontrado nas ruas de Goiânia. Só no primeiro semestre deste ano, a venda deste tipo de produto aumentou 9,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Sem ter para quem doar ou onde descartar, muita gente deposita nas ruas o que já não lhe serve mais, mas que pode ser reutilizado ou reciclado.

Solução para quem não tem condições de acesso aos produtos, acaba se tornando uma problema para a cidade, que já sofre com a produção de mais de 400 mil toneladas de lixo por ano. Em 2010, foram 440 mil toneladas e apenas 5% foram recicladas, uma margem ainda pequena e que revela o desafio que poder público e sociedade têm pela frente.

Atualmente, esse tipo de lixo é recolhido por caminhões da Comurg, que fazem coleta de entulhos e galhadas provenientes da poda de árvores. Geralmente, é levado para a central de reciclagem, que distribui entre as cooperativas, onde é avaliado e destinado para reutilização ou reciclagem.

Parte do material recolhido, que não pode ser aproveitado, acaba sendo levado para o aterro sanitário, contribuindo para aumentar a montanha de lixo produzida.

Comurg lança serviço cata-treco

O Popular (18/7/2011)

Entulho nas ruas, impedindo a passagem nas calçadas é um problema de toda a cidade. Mas entre o entulho há muito lixo que mobilia casas, realiza desejos de consumo e proporciona maior conforto para quem não pode comprar, na loja, os bens de consumo tão difundidos nas propagandas na televisão, ainda que de lojas ditas populares.


Para diminuir o caminho entre o que não serve para quem pode comprar um novo e aquele que não tem nada e o usado é um grande negócio, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) lança, hoje, o serviço cata-treco, que irá recolher, a pedido da população, móveis, eletrodomésticos, equipamentos de informática e outros objetos que possam ser reutilizados ou reciclados.

Um caminhão ficará à disposição do serviço, que poderá ser solicitado à Comurg, em número que será divulgado pela companhia. Luciano de Castro, presidente do órgão, diz que pelo menos 1% do lixo recolhido em Goiânia, de um total de 320 toneladas coletas por ano, é formado por equipamentos de maior volume, que podem ser reaproveitados ou gerar renda para os integrantes das cooperativas de reciclagem e que hoje, muitas vezes, vai parar no aterro sanitário.

Diretor de Coleta da Comurg, Ailson Alves da Costa explica que o novo serviço vai evitar que a população jogue esse tipo de material em lotes baldios, por falta de opção. Com o início do serviço, toda solicitação irá gerar uma ordem de serviço que será executada pela equipe específica para esse fim.

Outro projeto que está prestes a entrar em funcionamento, é a coleta de óleo de cozinha usado, a ser integrada à coleta seletiva. Os caminhões estão sendo adaptados para receber o material, que poderá ser acondicionado em garrafas pet e deixadas junto ao lixo reciclável.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Contaminação por chumbo na Bahia

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprovou nesta quarta-feira a criação de um grupo de trabalho para averiguar, diagnosticar e propor solução para a contaminação por chumbo e outros metais pesados no município de Santo Amaro da Purificação (BA).

Instalada em 1960, a Companhia Brasileira do Chumbo (Cobrac) era uma subsidiária da empresa francesa Metaleurop, que é a maior produtora de chumbo do mundo. A planta foi construída às margens do rio Subaé para fundir chumbo, trazido de minas do interior do estado. A empresa chegou a produzir 30 mil toneladas de chumbo/ano ( 5% da produção mundial).

Quando fechou as portas, em 1993, a companhia havia comercializado 900 mil toneladas de chumbo. “A Metaleurop deixou uma herança maldita para os moradores de Santo Amaro: 3 milhões de toneladas de rejeitos contaminados, incluindo metais pesados, como o cádmio, e mais 300 mil toneladas de escória com alta concentração de chumbo”, afirma Sarney Filho.

O parlamentar acrescenta que, armazenada a céu aberto, a escória foi levada pelos ventos, entrou na alimentação dos animais domésticos, foi lançada em quintais, despejada no rio Subaé, usada como aterro nas estradas ou simplesmente espalhou-se pelas ruas e praças.

“Por conta dessa exposição permanente ao chumbo e metais pesados, milhares de pessoas apresentam elevados índices de contaminação, e a cidade apresenta a maior concentração de chumbo por habitante no planeta”, lamenta o deputado. (Agência Câmara de Notícias)

Governo estuda incentivos para que municípios criem aterros sanitários


O governo federal está elaborando um programa de investimentos para apoiar os municípios na criação dos planos sobre a destinação final dos resíduos sólidos (lixo). O programa pretende estimular as prefeituras a implantar aterros sanitários, para cumprir a meta da Política Nacional de Resíduos Sólidos de extinguir todos os lixões do País até 2014.

As informações foram dadas pelo secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Georges Bonduki, durante audiência nesta terça-feira para discutir a implementação da política nacional criada pela Lei 12.305/10. De acordo com o secretário, o governo também pretende incentivar as cooperativas de catadores de lixo. "Além dos investimentos para os aterros sanitários, estão sendo previstos recursos aos galpões de triagem e outros componentes necessários para implantar a coleta seletiva. Dessa maneira, teremos o cumprimento efetivo da lei."

Nabil Bonduki informou que o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, em elaboração por um grupo interministerial, será levado a debate público a partir de agosto, em cinco seminários regionais. O plano vai definir as metas para todos os tipos de resíduos - sólidos urbanos, da saúde, da construção civil, agropastoris e perigosos. A previsão é de que a versão final fique pronta em 2012.

Reciclagem
O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), autor do requerimento para a realização do debate, informou que devem ser apresentados na Câmara projetos concedendo incentivos fiscais a empresas que reciclam o lixo.

Cherini ressaltou a importância de a população aderir à reciclagem e ajudar no processo de reutilização dos resíduos. “Precisamos encontrar uma fórmula de reutilizar o lixo, tanto o orgânico quanto o seco. Mais de 50% dos municípios sequer separam o lixo”, observou. Ele lembrou ainda que mais da metade das cidades brasileiras possuem lixões, uma prática que deve ser abolida a partir de 2014.

Para o deputado Adrian (PMDB-RJ), que coordena a subcomissão sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o lixo deixará de ser um problema se houver apoio às cooperativas de catadores, possibilitando a transformação do resíduo sólido em renda. O deputado frisou ainda a necessidade de apoiar os pequenos municípios para que façam consórcios entre as prefeituras – o que permitirá a construção conjunta de aterros sanitários, acabando com os lixões.

Representante do Ministério das Cidades na audiência, Johnny Ferreira dos Santos apontou como o maior problema a destinação final dos resíduos sólidos. Segundo ele, cerca de 82% dos municípios possuem coleta – entre os domicílios urbanos, o índice é de 92%, mas apenas 22% contam com aterro controlado, e 27% têm aterro sanitário. Para Santos, uma das causas dos problemas de drenagem urbana é a falta de pessoal qualificado e de órgãos específicos para acompanhar o setor.

Bons exemplos
Durante o debate, foram apresentados exemplos positivos de redução de resíduos. O diretor do Procon de Jundiaí (SP), Antônio Augusto Giaretta, relatou a experiência do município, onde há 10 meses houve um pacto social para acabar com a distribuição, pelos mercados, de sacolas plásticas produzidas a partir do petróleo. Giaretta disse que a medida já retirou do meio ambiente 800 toneladas de plástico – 22 milhões de sacolas que deixaram de ser distribuídas por mês.

O diretor social da Agência de Promoção Eco Sustentável, Edivaldo Bronzeri, apresentou os resultados de um projeto que a entidade realiza em Natal (RN). Em 124 quilômetros de praia, são retiradas 40 toneladas de coco por dia. O coco é processado e transformado em 12 toneladas de carvão.

O deputado Giovani Cherini elogiou a iniciativa e disse que a comissão vai enviar ao Ministério do Meio Ambiente e à Confederação Nacional dos Municípios uma “indicação de louvor” ao projeto de reciclagem de coco realizado em Natal. Reportagem - Renata Tôrres/Rádio Câmara /Edição - Rosalva Nunes. Agência Câmara de Notícias)

domingo, 3 de julho de 2011

Fazer o descarte seletivo dentro de casa é essencial

A questão básica apontada como essencial para uma melhor destinação do lixo produzido nas cidades é a participação da população. "Não adianta nada termos uma estrutura toda montada para a coleta seletiva, por exemplo, se as pessoas não fizeram a separação do material dentro de casa", ressalta o presidente da Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg), Luciano de Castro.

O diretor-executivo da Associação de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) diz que é fundamental um trabalho de conscientização direcionado para as pessoas que passam a consumir mais. "Isso depende do poder público. É preciso mostrar a essas pessoas que o lixo produzido vai parar em algum lugar. Hoje, na verdade, não existe uma consciência de consumo sustentável", argumenta Carlos Silva Filho.

O professor Antônio Pasqualetto, da área de engenharia ambiental da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), explica que Goiânia precisa abrir mais espaço para a reciclagem do lixo que é produzido. "Não temos aqui uma política nesse sentido. É preciso estruturar a reciclagem. Não há indústria aqui, por exemplo. Eu diria que a reciclagem é hoje o elo fraco na corrente dos resíduos sólidos urbanos", diz. (O POPULAR)

A produção de lixo está crescendo muito em Goiânia

A matéria da capa do Popular de hoje (3 de julho) destaca que o crescimento da produção de lixo em Goiânia é maior do que o crescimento da população da cidade. Além disso, mostra também uma comparação de Goiânia com outras importantes cidades do País. Veja:



Desde 2007 a produção de lixo em Goiânia cresce acima do ritmo do crescimento
populacional. Para se ter ideia, entre 2000 e 2010 a quantidade de habitantes da
capital aumentou 19,1% contra 14,4% no lixo produzido. Já quando colocamos a
lupa sobre o período entre 2007 e 2010, é possível observar crescimento
demográfico de 4,6% contra aumento de 11% na produção de lixo. Ou seja, mais de
2,3 vezes a mais.

O grande motivo apontado para isso é o aumento do
consumo com a melhoria do nível de vida da população e a chegada a certo nível
de compra de pessoas que antes não consumiam alguns tipos de produtos. O
resultado é que a produção de lixo aumenta sem controle. Além disso, nem
população nem poder público sabem claramente como tratar isso de maneira
sustentável.

No ano passado a Companhia Municipal de Urbanização de
Goiânia (Comurg) coletou 439.978,35 toneladas de resíduos sólidos domiciliares
na capital. E olha que nesse volume não há lixo industrial, de saúde nem entulho
da construção civil. Se o volume já pode ser considerado alto, na verdade ele é
ainda maior. E não para de aumentar, como ocorreu nos últimos anos.

"Se há uma melhoria na qualidade de vida, a tendência é que o consumo aumente e, com isso, cresça a produção de lixo. A influência é direta. Nos últimos anos é
possível observar no Brasil o aumento da Classe C e a entrada de pessoas da D e
E no mercado consumidor", entende o diretor-executivo da Associação de Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Silva Filho. (O POPULAR)