quinta-feira, 21 de junho de 2012

O mundo luta contra o tempo

Tic-tac!...
Tic-tac!...

O barulhinho do relógio, simbolizando o tempo correndo, fez parte do discurso da estudante neozelandesa Brittany Trifforde, 17 anos, na plenária dos chefes de Estado da Rio+20. Escolhida entre estudantes de todo o mundo para representar os jovens na abertura da conferência, a garota não se intimidou diante dos mais de 90 chefes de Estado de várias partes do mundo, além de centenas de delegados e representantes dos países-membros da Organização das Nações Unidas. Deu seu recado: “Vocês têm 72 horas para decidir o futuro de seus filhos, de meus filhos, dos filhos dos meus filhos. Estou disparando meu relógio agora”.

A escassez do tempo e a necessidade de medidas urgentes foram a tônica da primeira sessão, deixando claro que, além dos representantes da sociedade civil, muitos países não ficaram satisfeitos com o rascunho final do documento. O texto, redigido depois de negociações coordenadas pelo Brasil, o país anfitrião da conferência, é considerado vago, insosso, sem prazos, metas e meios de implementação definidos.

A presidente Dilma Rousseff tentou contemporizar, justificando que o documento representa o consenso entre os países, “o resultado de grande esforço de conciliação”. Destacou também como grande avanço a inclusão da erradicação da pobreza no centro das discussões mundiais para o desenvolvimento sustentável, mas não deixou de lado a preocupação com o correr das horas: “O tempo é nosso recurso mais escasso”, alertou.

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, traduziu em números o motivo de tanta pressa. Até 2030, lembrou, o mundo precisará de mais 50% de alimentos, 25% de energia e 30% de água. E ninguém tem mais dúvidas de que esses bens se tornam cada vez mais disputados.

Num desabafo, deixou de lado seu papel de representante da ONU e apelou para emocional: “Sou também pai, sou avô e quero um mundo para as novas gerações prosperarem, serem felizes tendo trabalho decente, ar puro para respirar, água saudável e o suficiente para comer”.

Representantes de outros países também deixaram evidente sua insatisfação com o documento. “Não deixem a Rio+20 entrar para a história das conferências de prometeram muito e cumpriram pouco”, apelou o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe.

O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, não deixou por menos: “Este não é o futuro que havíamos sonhado há 20 anos no Rio. Precisamos de uma nova forma de pensar e agir”. (Fonte: O Popular)

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