quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Catástrofe no Rio de Janeiro

Foi a maior catástrofe natural desde 1967 em um só dia no Brasil. Em poucas horas, um temporal na madrugada havia matado até as 22 horas de ontem pelo menos 271 pessoas em três municípios da Região Serrana do Rio de Janeiro - Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis.
Deslizamentos de toneladas de terra, quedas de pedras gigantescas e enxurradas de lama atingiram moradores, tomaram bairros inteiros e inundaram prédios em segundos.

O número de vítimas pode subir, pois equipes de resgate têm dificuldade de chegar aos locais dos desmoronamentos. Faltam água, energia elétrica e telefone. Pelo menos três estradas que cortam a região precisaram ser interditadas, o que atrapalhou ainda mais o trabalho de bombeiros e agentes da Defesa Civil.

Famílias inteiras morreram com a força da enchente ou dos deslizamentos. Em alguns pontos, rios subiram até cinco metros e invadiram casas enquanto os moradores dormiam. Centenas de casas foram varridas pela terra que desceu as encostas, arrastando árvores e pedras. Em Nova Friburgo, três bombeiros foram soterrados. A região é formada por montes cobertos por mata atlântica, onde os solos são instáveis e propensos a deslizamentos. A construção de casas e prédios em vales, próximos a rios, também facilita as formação de enchentes. Mas especialistas explicam que a tragédia de ontem foi agravada por um fenômeno raro e devastador, conhecido como "corrida de lama e detritos".

A pedido do governador Sérgio Cabral (PMDB), que está viajando e ainda não apareceu na região afetada, a Marinha colocou à disposição dois helicópteros para transportar homens e equipamentos para a região serrana. Em 1967, catástrofe em Caraguatatuba matou cerca de 300 pessoas.

Um dos maiores dramas aconteceu no paradisíaco Vale do Cuiabá, em Itaipava, distrito de Petrópolis. Lá, no sítio da família Gouvêa Vieira, uma das mais ricas do Rio, morreram 14 pessoas. Em Nova Friburgo, um bebê de seis meses de idade foi resgatado junto do pai, após ficarem 15 horas abaixo de escombros de uma casa. A mãe e a avó da criança estavam desaparecidas. Em Nova Friburgo, um ginásio esportivo foi transformado em necrotério.

O Instituto Nacional de Meteorologia enviou um alerta sobre chuvas fortes no Rio de Janeiro às 16h23 de terça-feira. O boletim chegou primeiro à Defesa Civil Nacional. A Defesa Civil do Rio de Janeiro, entretanto, ignorou avisos de fortes chuvas. Agora, a preocupação é com o surgimento de doenças. (Fonte: Jornal O Popular)

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