quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Descaso com o lixo urbano



O Hoje
22/ agosto/ 2011.


Um aterro sanitário construído para armazenar o lixo produzido por pelo menos 98 mil habitantes de forma correta volta à condição de um mero lixão. Foi isso que aconteceu na cidade de Trindade – município que integra a região metropolitana de Goiânia – e, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), é isso que ocorre nos outros oito municípios goianos que têm aterro sanitário. O motivo seria a falta de gestão ambiental.

Em Trindade, a situação é ainda pior. O lixo depositado de forma incorreta pegou fogo na quinta-feira (11). Nove dias depois, o lugar ainda apresenta pequenos incêndios em locais isolados. Uma nuvem altamente tóxica cobre o terreno, situação essa que não impede a presença de urubus sob os resíduos depositados recentemente. A Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema), inclusive, instaurou inquérito e indiciou o prefeito Ricardo Fortunato.

Segundo pesquisa feita pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), realizada em 2010, o Centro-Oeste é a região que mais descarta resíduos sólidos em lixões. Neste mesmo ano houve coleta de 13,9 mil toneladas de lixo urbano por dia na região. Destes, 71,2% tiveram como destino final os lixões e aterros, como os de Goiás, que não impedem a contaminação do meio ambiente.

Mesmo com a situação agravante na região que engloba Goiás, um total de 135 municípios, dos 237 que não possuem aterro sanitário, ainda não deu entrada no pedido de construção dos aterros junto à Semarh.

O último levantamento feito em abril pelo Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público relata que dos 135 municípios investigados, que possuem Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), 43 ainda não tomaram nenhuma providência para adequar à situação.
O Ministério Público exige das prefeituras a regularização dos lixões. Várias medidas já foram tomadas para intensificar a conscientização e acelerar o processo. O CAO do Meio Ambiente informou que encaminhou material sobre adequação dos lixões para a promotoria de cada município.

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