quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Corrupção - um problema histórico no órgão ambiental em Goiás

O esquema de corrupção nas áreas de fiscalização e emissão de licenças ambientais de Goiás é bem mais antigo do que as irregularidades descobertas pela Operação Propina Verde, desencadeada ontem, a partir de Goiânia, em várias cidades goianas pelo Ministério Público de Goiás (MP) e pelas polícias Civil e Militar (PM).

A informação sobre a existência do problema histórico na área ambiental vem de ex-dirigentes e funcionários da própria Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Goiás (SEMARH), que foi o foco da ação de ontem, e da extinta Agência Ambiental de Goiás, que até 2008 foi responsável pela fiscalização e licenciamento ambiental e que, no segundo governo Alcides Rodrigues, foi anexada à estrutura da SEMARH
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Presidente da Agência Ambiental entre 1999 e 2002 e secretário do Meio Ambiente entre 2003 e 2004, Paulo Souza Neto confirmou que enfrentou situações complicadas relacionadas com denúncias sobre corrupção de servidores na sua época de gestão. Das investigações internas feitas, uma resultou no afastamento de oito agentes de fiscalização. "Investigamos todas as denúncias. Mas todo órgão de fiscalização padece desse tipo de situação", disse.

Presidente da Agência Ambiental durante quase um ano, em 2006, o médico Zacarias Calil Hamu também confirma que recebia várias denúncias sobre irregularidades, principalmente cobrança de propinas. Um dos casos levou à exoneração de dois fiscais. "Eles tentaram extorquir um empresário para não aplicar uma multa de R$ 100 mil. Eles foram demitidos. Contei, inclusive, com o apoio do Ministério Público no caso", contou Zacarias Calil.

Um terceiro ex-dirigente de órgão ambiental, que preferiu não se identificar, também confirmou que o esquema de propina nas áreas ambientais é antigo. "É uma rede que está estruturada ali dentro que é difícil combater. Na minha época recebia muitas denúncias de pessoas de dentro do órgão e de fora. Mas, como ninguém assumia oficialmente, não tínhamos como seguir adiante em alguma investigação. O que aconteceu hoje (ontem) precisava ter acontecido muito antes", salientou.
Fonte: O Popular.

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