quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Desmatamento autorizado por propina

O Grupo de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público (MP) estadual e a Polícia Civil desencadearam nas primeiras horas da manhã de ontem a maior operação já realizada em Goiás para combater fraudes e corrupção em processos de licenciamento ambiental e averbação de reservas legais. Batizada de Propina Verde, a ação desmontou um esquema que praticamente legalizava desmatamentos ilegais dentro da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH).

Segundo o Jornal, até ontem à noite, 24 pessoas haviam sido presas - MP e polícia não divulgaram os nomes. Dos presos, dez eram servidores do órgão. Balanço preliminar da investigação aponta movimentação de cerca de R$ 1 bilhão em propinas para legalização de processos junto à SEMARH, cujos valores cobrados pelos servidores oscilavam entre R$ 5 mil e R$ 100 mil. O prejuízo incalculável até agora, porém, é o dano ambiental causado pelo esquema fraudulento.

As prisões ocorreram após um ano e meio de investigações pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRC) e o Centro de Segurança Institucional e de Inteligência (CSI) do MP e pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (DERCAP) da Polícia Civil e foram decretadas pelo juiz Rogério Carvalho Pinheiro, da 8ª Vara Criminal de Goiânia. As investigações estão apoiadas em interceptações telefônicas e foram desencadeadas após denúncias feitas aos promotores e à Polícia Civil principalmente por ex-funcionários do órgão e por proprietários rurais e empreendedores vítimas de extorsão por servidores da SEMARH. Os dez funcionários presos, a maioria deles servidores comissionados, foram afastados dos cargos.
Fonte: Jornal O Popular

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